Projeto : Recreio do Arco da Velha
OBJETIVO:
• Recuperar, com as crianças, brincadeiras criativas e divertidas.
A recreação está para o homem (para seu corpo, alma e mente), assim como o alimento está para o seu organismo. Os jogos tonificam a alma, dão saúde física, promovem a auto-expressão, a alegria de viver.
A proposta é resgatar a história de nosso país, mergulhando na magia dos brinquedos e brincadeiras de antigamente. Essa viagem, certamente, trará momentos agradáveis de diversão e de alegria.
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Vamos brincar?
O Projeto veio através da necessidade de melhorar o nosso recreio, pois aconteciam vários problemas ,como brigas e atitudes de desrespeito com o colegas. As brincadeiras de algumas crianças durante o recreio as vezes eram mal interpretada por outras crianças que se sentia agredida e acabavam reivindicando .
A partir do desentendimento surgido no recreio, professoras e alunos conversaram, em roda, sobre alguns valores como alteridade e respeito. Em seguida, iniciou-se o debate.
__ O que é brincar?
__ É fazer uma coisa legal.
__ É divertir com os amigos e colegas.
__ Não! Você também pode brincar com quem não é seu colega.
__ É o que a gente faz na hora do recreio.
A professora sondou qual era a principal característica, a principal “marca” de uma brincadeira:
__ Todo mundo ajuda a escolher.
__ Você brinca junto com os colegas, com outras crianças.
__ Não, eu já brinquei de amarelinha sozinha.
__ É, mas é mais legal quando alguém brinca com a gente.
A discussão continuou calorosa até que concordaram:
__ Quando estamos brincando ficamos mais felizes.
__ Brincar é muito legal!
A professora interferiu questionando:
__ Se brincar é tão legal, por que um dos colegas, hoje, voltou aborrecido do recreio?
E ele respondeu:
__ Porque foi uma brincadeira de mau gosto.
A professora retomou a direção do debate e propôs às crianças que citassem algumas brincadeiras já conhecidas por elas. À medida que falavam, a professora repetia o nome, escrevendo-o no quadro.
Pode-se perceber que o repertório de brincadeiras que as crianças apresentavam era bastante pobre, o que, provavelmente, levava-as a imitar personagens agressivas da TV. Através desses debate os professores se reuniram e montaram uma lista de brincadeiras antigas para serem trabalhadas no recreio.
A seguir, serão transcritas algumas brincadeiras trabalhadas durante o recreio em nossa escola:
Estátua
Em roda, os participantes vão cantando de mãos dadas:
“A casinha da vovó,
cercadinha de cipó,
o café tá demorando,
com certeza não tem pó!
Brasil! 2000!
Quem mexer saiu!”
Todos viram estátua e não vale rir, nem piscar, nem mexer, nem coçar!
Batata Quente
Não tem time. Passamos a bola, ou outro objeto, para um colega enquanto todos cantam:
__ Batata que passa quente, batata que já passou, quem ficar com a batata, coitadinho se queimou!
Quem estiver com a bola quando for dito “queimou” , sai da roda.
Tico-tico fuzilado
Cada criança terá uma latinha. De um lado, ficarão as crianças, uma ao lado da outra. Do outro, as latinhas. Cada criança deverá jogar a bolinha (de tênis ou de meia), tentando acertar uma das latinhas enfileiradas. O dono daquela que for atingida, deverá pegá-la antes que os outros participantes joguem a bola novamente. Se ele não conseguir, será “fuzilado”: fica de pé e escolhe um lugar do seu corpo para que o colega jogue a bolinha e acerte o local escolhido. Quem for “fuzilado” três vezes sai da brincadeira.
Pique estátua
Escolher uma pessoa para ser o pegador. Todas as outras crianças começam a correr. Se o pegador encostar em alguma criança, ela vira estátua. Outro colega terá que encostar nela para salvá-la e, aí, ela poderá correr novamente.
Jogo dos pontinhos
Em uma folha toda pontilhada, você deve ligar um ponto ao outro com linhas, até formar um quadrado. Um jogador de cada vez. Ganha quem conseguir fechar mais quadrados.
Elefantinho colorido
As pessoas ficam em roda. Um menino ou menina fala:
__ Elefante colorido!
Os outros perguntam:
__ De que cor ele é?
A criança escolhe uma cor e as pessoas têm que tocar em alguma coisa que tenha essa cor. Se alguém não achar a cor, o “elefantinho” pode pegá-lo.
Mãe da rua
Uma pessoa fica no meio. As outras ficam dos lados. Elas têm de atravessar a rua correndo para a mãe da rua não pegá-los. Se ela pegar uma criança, esta vira a mãe da rua, e vai começar tudo de novo.
Cinco Marias
São cinco saquinhos cheios de areia ou cinco pedrinhas. Jogar um saquinho para cima e tentar pegar aqueles que estão no chão antes que o saquinho jogado para cima caia. Você pode criar etapas e ir vencendo-as, como na amarelinha.
Carrinho de mão
São dois times. Marcar uma linha de saída e outra de chegada. O carrinho é formado por um par de crianças. A da frente põe as mãos no chão e a de trás segura os pés da primeira. Andando com as mãos no chão, ela tentará chegar primeiro até a linha marcada.
Peixinho e tubarão
São dois times – um de peixinhos, outro de tubarões. Quando tocar uma música ou apito baixinho, os peixinhos saem para passear. Quando a música for forte, os tubarões saem para tentar pegar os peixinhos, que deverão voltar correndo para sua casa. O peixinho que for pego por um tubarão vira tubarão também.
Pare-bola
Nós pegamos uma bola, fazemos uma roda e passamos a bola uns para os outros. Quando alguém deixar a bola cair, todos deverão correr. Quem deixou cair, pega a bola e grita:
__ Parebola!
Com a bola na mão, ela poderá dar, no máximo, três passos. Quando terminar de andar, terá que parar e tentar “queimar” um dos jogadores – se ele não agarrar a bola estará queimado.
Vamos formar grupos?
As crianças, em roda, vão girando e cantando. A um sinal – apito ou palma – a professora mostra um cartão com um número e elas terão que se organizar em grupos. Vamos supor que a professora mostrou o número 7. Aí, todos têm que se juntar em grupos de 7 e depois voltar para a roda.
Rouba-bandeira
São dois times. Cada um tem um campo e uma bandeira em seu grupo. O objetivo do jogo é roubar a bandeira do outro time, sem ser pego. Se você for pego no campo do adversário, fica “colado” até outro jogador da sua equipe te “descolar”. Ganha o time que conseguir roubar a bandeira primeiro.
Jogo dos 5
Separe as cartas do baralho do ás até o 5. Embaralhe bem as cartas. Cada jogador ganhará três cartas e as restantes ficarão no monte da mesa. O jogo rodará no sentido anti-horário. A cada vez que jogar, você deverá pegar uma carta no monte e tentar fazer com elas sempre um total de 5. Vence o jogador que conseguir formar um número maior de grupos de 5. Vale inventar o jogo do 6, do 7, do 8, do 9 e do 10. É só ir acrescentando mais cartas.
Ceguinho
Uma criança fica no centro da roda com os olhos fechados. A roda gira, com todos cantando “Pai Francisco”. Quando o “ceguinho” bater palmas, todos param e ele caminha para a frente até tocar em algum colega e descobrir em quem tocou. Senhor caçador
Os participantes sentam-se em roda e um deles será o caçador, que ficará com os olhos vendados. Os outros cantam:
“Senhor caçador,
preste bem atenção!
Não vá se enganar,
Quando o galo cantar!
Canta, galo!”
Um dos participantes da roda imitará a voz do galo e o caçador terá que descobrir quem é o galo.
Coelhinho sai da toca
Não tem time. Desenha-se no chão uma toca a menos que a quantidade de participantes. Cada coelho ficará dentro de uma toca, exceto um. O sem-toca dará os comandos:
__ O coelhinho vai escovar os dentes (não vale sair da toca, porque escovamos os dentes dentro de casa).
__ Coelhinho vai comprar pão (tem que trocar de toca).
O coelho sem toca vai tentar ocupar uma toca vazia e o dono dela ficará sem toca.
E ainda...
Brinquedos foram confeccionados pelas crianças, na maioria das vezes utilizando materiais da natureza ou sucatas. Serviram para a brincadeira individual, como a pipa e as rodas (pneus velhos que são rolados pela rua). Mas isto não aconteceu com as bolas de meia confeccionadas. As crianças trouxeram meias velhas e, divididas em grupo, confeccionaram as bolas de meia usando muita força e muita cooperação. Elas foram usadas no recreio divertindo por todas as crianças da nossa escola, de uma forma bastante entrosada.
Cada criança escolheu também um brinquedo que tinha em casa, do qual, apesar de completo, não gostava mais. Então, fizemos um bazar para recardar fundos para escola.
Avaliando
As professoras avaliaram este trabalho de forma muito positiva. Foi possível ver essas brincadeiras acontecerem de forma espontânea, no recreio, envolvendo um grande número de crianças. Nesses momentos, elas mostram-se mais tranqüilas e alegres, entrosando-se também, com as crianças maiores. Perceberam, no entanto, que alguns passos foram dados no escuro e fizeram algumas observações:
Iniciar o dia com este trabalho deixava as crianças eufóricas e era difícil retomar a concentração necessária para outras atividades. O ideal seria terminar o dia com ele.
Definir o tempo com mais exatidão. Apesar de defini-lo inicialmente, vendo a empolgação e o envolvimento das crianças, não queria interromper. Percebo hoje que esta firmeza, apesar de aborrecê-las bastante, define regras e direciona melhor o trabalho.
Questiono o ritmo do trabalho no seu período inicial; um menor número de atividades mimeografadas possibilitaria mais momentos de brincadeiras, favorecendo a participação dos mais tímidos e acalmando os mais agitados.
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